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Superando as dificuldades

A educação pública brasileira sempre sofreu com a falta de estrutura e o descaso dos responsáveis. Enquanto muitas escolas particulares oferecem aos seus alunos ambientes adequados para aulas teóricas e práticas, o professor do ensino público é penalizado com condições inapropriadas para muitas matérias. Nessa hora muitos educadores utilizam de sua criatividade (e até de dinheiro do próprio bolso) para oferecer aos estudantes o conhecimento necessário. É o caso de Patricia Guedes Nogueira, que dá aula em Porto Velho.

Ela tinha um conteúdo sobre genética, que estava previsto no cronograma do terceiro ano do ensino médio. O problema era que a escola onde leciona não possui laboratório de ciências para oferecer aulas práticas. Aliado a isso, a maioria dos alunos não tinha conhecimento sobre quais eram seus tipos sanguíneos e não entendiam, por exemplo, que “O” é doador universal. Apesar de todas estas circustâncias, o sonho de cursar medicina na faculdade, por grande parte dos estudantes, fez ela tomar uma atitude.

Como o ENEM, por exemplo, tem frequentes (e desafiadoras) questões sobre tipagem sanguínea, a educadora utilizou o fato de também ser bióloga para comprar materiais necessários para coleta, afim de oferecer experiência prática. Ela adquiriu uma caixa de lâminas, lancetas (que servem para fazer o furo no dedo), luvas, álcool, algodão, e os reagentes anti-A, anti-B e anti-rh, que custam no total R$ 110.

Patricia primeiramente apresentou a teoria. Após, foram realizados exercícios do ENEM, para posteriormente passar um vídeo que mostra o passo a passo desse exame realizado em um laboratório. As imagens explicavam o que cada elemento faz, o que é uma lanceta, o que é uma lâmina, e como os soros funcionam. Depois do conhecimento adquirido, foi a vez de encanar a parte prática. Para isso, cada aluno realizou a tipagem do colega: furavam o dedo, colocavam as gotas de sangue na lâmina e usavam os reagentes.

A prática consolidou o que foi visto na teoria, como o tipo A e o tipo O são os sangues mais comuns na população brasileira, por estarem relacionados a mestiçagem. Foi identificada uma grande quantidade de alunos com tipo O, o que serviu de oportunidade para Patricia chamar a atenção quanto a falta de doações em bancos de sangue, mesmo este tipo sendo tão comum.

 
Fonte: Porvir

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