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O aluno é protagonista

Lupercio Aparecido Rizzo é professor e deu aulas de filosofia para alunos do Colégio ESI São José, de Santo André/SP, por anos. Sua preocupação é sempre formar cidadãos que vivenciem os problemas, e não apenas realizar um estudo para depois elaborar uma redação explicativa, por exemplo. Seu intuito oferecer aos estudantes situações que possam, de fato, desenvolver a característica de terem autonomia e causar impacto na sociedade. Foi com base nestes pensamentos que, ele e a coordenação da escola, desenvolveram uma atividade na qual alunos tivessem, de fato, intervenção na sociedade, na cidade e no entorno.

O professor, no primeiro semestre daquele ano, apresentou aos alunos o que é ser protagonista e intervir na sociedade. Além disso, lecionou aula de metodologia de pesquisa, de pesquisa científica e de análises quantitativas e qualitativas. Após as férias escolares, os estudantes dividiram-se em grupos e receberam a missão de ir para a rua ou para o entorno de casa/escola para encontrar situações que não os deixasse satisfeitos. Lupercio usou como “combustível” da pesquisa, o seguinte questionamento aos adolescentes: “como vocês podem potencializar algum tipo de mudança?”.

Os alunos foram às ruas, entrevistaram pessoas, pensaram em dinâmicas de trabalhos diferentes e propuseram alternativas para problemas que antes eles só viam como “alguém tem de cuidar disso”. Por exemplo: em Mauá, cidade próxima a Santo André, existe um lixão. Um grupo de alunos quis falar sobre biogáse a possibilidade da cidade usar a biomassa para produzir energia e gerar combustível para os ônibus. Eles precisaram procurar um professor de química e outro de economia, e Lupercio foi um tutor para a montagem do trabalho.

Já outro grupo escolheu falar sobre trânsito. Os alunos fotografaram, filmaram e fizeram anotações sobre o trânsito em volta à escola e descobriram, por exemplo, que ela tem um fluxo diário de 2500 carros. A partir disso, estudaram formas de reduzir esse grande impacto provocado pela utilização deste meio de transporte. Houve outros estudantes que resolveram criar um aplicativo intitulado “Animais em apuros”, que reúne ONGs, veterinários, serviços públicos e pessoas que tem interesse na busca por animais desaparecidos. A ideia era a seguinte: quem visse um bichinho na rua, poderia tirar uma foto e publicar no aplicativo, que então informava toda a rede cadastrada como fosse um alerta no celular, que ficaria piscando até que alguém socorresse o animal.

Ao final do processo, havia cerca de 30 trabalhos. Foram produzidos banners em formato acadêmico e realizadas apresentações para uma banca, composta pelo próprio Lupercio, outros professores, coordenadores e diretora da escola. No total foram escolhidos 5 grupos, que apresentaram suas pesquisas para a comunidade, famílias, representantes de ONGs e até para vereadores e secretários de educação.

 

Fonte: Porvir

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