Professora de Curitiba/PR desenvolveu um projeto de horta e o resultado foi além de uma alimentação saudável. Confira!
Suellen Oriana Kricky leciona ciências e matemática em um colégio de Curitiba/PR e percebeu que muitos de seus alunos nunca haviam tido contato com a terra antes (e outros tantos nunca haviam sentido o sabor de um vegetal). Além dessa percepção, a professora vinha observando que os lanches, trazidos pelos estudantes, eram de baixa qualidade nutricional. Foi então que ela teve uma ideia.
A professora resolveu criar uma horta pedagógica, com a intenção de que os alunos colocassem a mão na massa e, no final do projeto, reconhecessem o valor daquele trabalho, com os frutos produzidos, trabalhando também a educação financeira.
Pesquisas e mão na massa
O primeiro passo foi incentivar as crianças a pesquisarem sobre os tipos de agricultura brasileiros. Além da pesquisa, ela mostrou aos alunos o vídeo “A História de João das Alfaces” (https://www.youtube.com/watch?v=N4pqg–jHXM), que é produzido pela Embrapa. Depois de debaterem em sala de aula, foi decidido que o modelo agroflorestal seria utilizado para a horta, pois argumentaram ser o mais sustentável.
Depois de escolhido o modelo a ser utilizado, o próximo passo foi compreender a biodiversidade, observando o bosque que existe na escola. Os alunos perceberam que existem diversos tipos de vegetais convivendo no mesmo espaço, que é uma horta já existente no colégio e que foi utilizada para o cultivo do projeto.
“Um fato curioso é que alguns alunos notaram que em uma parte do espaço havia sido plantada apenas couve e que as folhas estavam tomadas pelos pulgões, então aproveitei para discutir como evitar a proliferação desses insetos nos vegetais com receitas de repelentes naturais. Também havia muitas joaninhas no local e aproveitei para trabalhar cadeia alimentar, pois crianças nesta faixa etária acham que as joaninhas são herbívoras e puderam comprovar na prática qual seu alimento preferido (algumas espécies se alimentam de outros insetos).”, aponta Suellen.
A preparação do solo da horta foi realizada por um funcionário do colégio e a direção financiou o projeto. Quando as mudas e sementes chegaram, os estudantes foram orientados a fazer o plantio e a semeadura. Com muita empolgação, foram plantadas cenoura, babosa, beterraba, rúcula, alho-poró, abobrinha, alface verde e roxa, tomate, rabanete, couve erva doce e até limoeiros.
Ao longo do desenvolvimento da horta, a cada duas semanas, as crianças acompanharam a germinação das sementes e o crescimento das mudas, retirando as plantas concorrentes e mantendo a reposição da matéria orgânica sob o solo. Também havia uma pessoa responsável pela rega diária.
Uma horta repleta de legumes
Em dois meses já havia matéria-prima suficiente para fazer uma salada. Segundo Suellen, foi uma experiência e tanto, pois a grande maioria das crianças aprovaram. Um efeito muito positivo foi que, aquelas que apresentavam certa resistência a verduras, foram incentivadas a experimentar e, para surpresa dos professores, quase todas aceitaram, comeram e ainda pediram mais.
Educação Financeira também foi trabalhada
Finalizando o semestre, era hora da colheita. E com os legumes colhidos foi feita uma torta de legumes. Como não foi possível plantar todos os ingredientes, a professora levou os estudantes a uma feira orgânica e aproveitei para trabalhar a educação financeira aplicada a compra dos produtos, trabalhando com sistema monetário e cálculo mental (calcular o troco, por exemplo). Cada estudante levou 5 reais e tiveram de organizar o orçamento para aquisição do restante dos ingredientes para a torta.
Ainda no campo da educação financeira, Suellen trabalhou com o objetivo de que os estudantes percebessem a diferença de preço entre os produtos orgânicos e os convencionais e seu custo-benefício. Entrevistaram um produtor rural orgânico que mostrou como é definido o preço dos seus produtos e as crianças aprenderam que antes de pensar em um valor de venda, é preciso calcular quanto se paga de tributos, transporte, funcionário e aluguel da barraca.
Resultado
Com o desenvolvimento do projeto, a professora percebeu gradativamente o desenvolvimento da autonomia das crianças para argumentar. Eles não só repensaram seus hábitos alimentares, como sensibilizaram suas famílias a respeito dos problemas apresentados. Também ficou evidente o quanto as crianças aprenderam a respeitar o ambiente, os pequenos produtores e a sua própria saúde.
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Fonte: http://porvir.org/projeto-de-horta-pedagogica-motiva-criancas-refletirem-sobre-alimentacao-saudavel/