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Iniciativa leva tecnologia e educação para a favela

A Favela Hacker trata-se uma iniciativa do eLABorando (espaço de (co)criação, experimentação e aprendizagem com foco na educação e cultura inclusivas) e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

No projeto, os responsáveis pensam, criam e reproduzem metodologias ativas inclusivas para o CIEP (Centro Integrado de Educação Pública) Antônio Candeia Filho, em Acari, que virou escola de aplicação a partir de uma parceria com o antigo diretor da instituição.

A ideia sempre parte da criança, do cotidiano delas e de suas vivências. Então, o projeto traz um elemento novo. “Por que não usar um motor ou um led?”, pergunta que serve para mostrar que elas já têm contato diário com muitos componentes de tecnologia de forma leve, seja em brinquedos, no videogame e em um monte de outros lugares. Cinco minutos após a apresentação que fazemos quando chegamos à escola eles já estão familiarizados e criando coisas novas.

Laboratórios

Segundo Daiane Brasil, educadora e maker do grupo eLABorando, “a gente montou três laboratórios dentro da escola com equipamentos e mobiliários que tínhamos em um dos nossos espaços no centro da cidade. Levamos tudo ao CIEP. Montamos um laboratório mão na massa com equipamentos como máquina de solda e impressora 3D. Além deste, junto com a secretaria, reorganizamos o laboratório de informática para aulas de programação e atividades de Scratch, e um terceiro vai ser uma sala para produção de um jornal da escola, em uma parceria com o ECO da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que começará com turmas do 6º ano.

A gente entendeu que o projeto daria resultado desde a primeira interação. Foi em um dia que a secretaria reservou para o planejamento dos professores e levamos uma formação na prática. Tínhamos acabado de fazer um material chamado “Partes do rio” e pedimos para que professores do 5º ano fizessem uma pesquisa sobre o Rio Acari, que corta a favela. Levamos material de sucata e, em uma roda, cada aluno foi apresentando o que descobriu a partir de histórias de familiares, de vizinhos ou de pesquisa na internet. A partir disso a gente realizou 30 minutos de reconhecimento do material com LEDs, baterias e motor. Depois criamos o planejamento para a construção da maquete (veja o plano de aula), que ficou com 3 metros e teve uma parte levada para a Campus Party Brasil, realizada em São Paulo”.

O diferencial do projeto é a criatividade. As crianças estão totalmente preparadas para criar. A iniciativa prepara a escola para isso e tem trabalhado com as professoras. É deixar de lado a rigidez de que a resposta tem que estar certa 100% do tempo. Foi a partir da ponta, com os estudantes, que a transformação começou a acontecer. Eles começaram a se interessar e as professoras perceberam que esse era o caminho para melhorar tanto a relação das crianças com a escola quanto com a aprendizagem.

Na escola, hoje fazem microscópio com lente de leitor de DVD, que nasceu após formação com as professoras com o Conector Ciência, que têm um projeto de ciências. É hackeamento de processos, materiais e metodologias para que consigam chegar a uma educação pública de qualidade.

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Fonte: http://porvir.org/favela-hacker-leva-aprendizagem-criativa-a-escola-publica-do-rj/

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