As fake news (notícias que são inventadas para viralizarem na internet e influenciarem as pessoas) têm sido um grande problema, principalmente nas redes sociais. E para conscientizar seus alunos, o professor de ciências Estêvão Zilioli, de Ourinhos /SP desenvolveu um curso semanal voluntário no contraturno para alunos do ensino médio.
Para isso, são os próprios alunos quem buscam notícias de cunho duvidoso, analisando-as em sala de aula e questionando se elas têm fontes e dados confiáveis. “Eles trazem as notícias das quais ficam desconfiados. Começamos com notícias de ciências e saúde, mas os alunos se interessaram também por notícias de entretenimento e política, por estarmos em um ano eleitoral”, conta Zilioli.
Para checagem das informações, é utilizado método científico, de busca de informações seguras que possam ser mostradas. A aula é centrada na discussão das notícias e também na busca de formas para checar as informações online, encontrando as fontes originais dos fatos ou pesquisando em artigos acadêmicos, periódicos científicos, IBGE e sites de tribunais eleitorais, por exemplo.
Algumas das notícias já analisadas foram:
– frutas ingeridas em jejum curam câncer (os alunos perceberam que não tinham fontes seguras para garantir a afirmação dessa notícia);
– mãe que teria aplicado botox na filha pequena (os jovens foram atrás das imagens da mãe, que é participante de um reality show nos EUA, e estão tentando tirar suas próprias conclusões pelos vídeos);
– terraplanismo (difícil de ser analisada justamente por colocar em xeque premissas científicas).
Segundo Zilioli, “eles (os alunos) já estão mais treinados a ver o que é falso ou não do que recebem do grupo da família (no WhatsApp) e pensam duas vezes antes de acreditar. Antes, se uma matéria era compartilhada muitas vezes, eles achavam que necessariamente era real. Agora, estão percebendo que esse critério numérico não vale. E mesmo que eles percebam logo de cara que a notícia é fake, têm de confirmar isso com a metodologia.”