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Oficina fotográfica para as crianças

A oficina “Olhar das crianças sobre Sampa”, realizada pela Rede Conhecimento Social (organização integrante do GT Criança e Adolescente, da Rede Nossa São Paulo), leva crianças a caminharem pelo espaço público, para que tirem fotos do que elas gostam ou não na cidade.

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Acompanhados de responsáveis e levando consigo celulares, tablets e máquinas fotográficas, eles fotografam diversas situações e lugares e essa oficina acaba auxiliando a identificar como as crianças enxergam o lugar onde vivem. Entre os registros mais comuns durante a caminhada, estão as árvores, os cães, desenhos coloridos e monumentos. Porém, há também o descontentamento com buracos, sujeiras e a desigualdade social. “Eu não gostei do lixo na rua, é muito lixo acumulado. Também tem casas destruídas e buracos na rua. Alguém pode tropeçar ou pode acontecer alguma coisa ruim”, diz Júlia Freire, 9. Na maior parte das suas fotos, Júlia captou flores e espaços com área verde. “Eu gosto de natureza [na cidade], mas ainda prefiro a Amazônia porque lá só tem árvores”, diz a menina, admitindo que nunca foi para a região norte do país, mas já viu fotos do local. Os espaços fotografados pelas crianças também tiveram relações com experiências afetivas individuais. Duda Schlinz, 11, fez questão de fotografar o prédio da sua creche. “Eu estudei lá, achei especial”, conta.

A cofundadora e diretora da Rede Conhecimento Social, Marisa Villi diz: “Não temos apenas um território como foco, temos toda a cidade de São Paulo. A ideia é espalhar essa lógica de valorizar a percepção das crianças sobre a cidade”. Ela ainda afirma que essa atividade traz muitas pistas sobre como as crianças se relacionam com o espaço público. “Elas trazem a vivência delas para a foto. Isso também pode ser feito dentro da escola, de uma ONG ou até mesmo em casa”, sugere.

A metodologia da oficina é baseada em três momentos: sensibilização, expedição e curadoria. No começo acontecem rodas de conversa e são estabelecidos pactos, principalmente no que diz respeito à segurança das crianças nas ruas. Antes de partir para a caminhada, como uma espécie de aquecimento, elas são estimuladas a desenhar lugares que gostam na cidade. Arthur Alves, 10, fez espaços equipados com tecnologia de ponta, incluindo televisão, Wi-Fi de 100 MEGA, jogos de realidade virtual e hologramas. “No futuro a gente vai depender da tecnologia. Isso é fundamental”, indica o menino, que durante a expedição fotográfica fez questão de também mostrar as árvores, porque “elas dão ar puro de graça”.

Créditos da imagem: Marina Lopes/Porvir

Fonte:
http://porvir.org/passeios-fotograficos-revelam-o-olhar-das-criancas-sobre-a-cidade/

Projeto visa fotografar as diferentes realidades educacionais

Professor cria projeto que incentiva o compartilhamento da realidade de diversas escolas brasileiras, através da fotografia.

Márcio Motta resolveu mapear escolas em todo o Brasil a partir de fotos de crianças e adolescentes. Intitulado “Minha Escola no Mapa”, o projeto utiliza a fotografia como uma ferramenta de expressão social. Porém, diferente do trabalho realizado por um fotógrafo, que visita as escolas com o olhar de quem vem de fora das instituições, no projeto há a possibilidade dos alunos mostrarem como veem o seu ambiente escolar.

Para o projeto, Márcio se inspirou em uma experiência que realizou com os seus alunos no Colégio COC Novomundo. À época, como professor de biologia, foi procurado por estudantes do ensino médio para orientar um trabalho de iniciação científica de fotografia. Mesmo não possuindo conhecimento técnico sobre fotografia, topou aprender junto aos adolescentes. Conforme foram adquirindo experiência no assunto, houve interesse de mais jovens. De um coletivo fotográfico, acabaram criando a Academia de Fotografia, que aborda diversos temas, como bullying e desconstrução de estereótipos.

Em meio a isso, o professor também entrou para o time de educadores certificados pelo Google. Assim, percorreu várias cidades pelo país, treinando professores utilizando ferramentas digitais. Pode perceber, então, que muitos ainda tinham dificuldades para lidar com câmeras dentro das escolas. Como forma de apoio a esses professores, Márcio desenvolveu uma trilha pedagógica com atividades que auxiliam a iniciar um projeto de fotografia dentro da escola. Nas etapas iniciais, os estudantes refletiram sobre o que é fotografia. Depois, puderam fotografar o ambiente escolar. Feito isso, toda a produção é compartilhada no Google Fotos, para que, por exemplo, um estudante do Rio Grande do Sul perceba que a sua realidade pode ser parecida (ou não) com a realidade de um aluno do Pará.

Os resultados foram muito bons, como é o caso da professora Larissa Fontenelle, que decidiu levar a proposta para sua escola. Trabalhando literatura com o ensino médio, ela percebeu que a fotografia pode ajudar no estímulo para que os alunos da comunidade rural de Irituia, no norte do Pará, retratassem suas realidades.

Fonte: http://porvir.org/projeto-fotografico-mapeia-escolas-pelo-olhar-de-alunos/