Sistema de educação da Finlândia pode servir de exemplo para o Brasil. Por lá o aprendizado é gratuito, os professores são muito bem preparados e o ensino é personalizado.
Antes de qualquer coisa, é preciso entender que a educação finlandesa é um direito constitucional do cidadão. Assim, o ensino é gratuito desde o ensino básico até a universidade. Os estudantes só precisam pagar pelo material escolar e transporte. E, ainda assim, o governo disponibiliza ajuda financeira para alunos com dificuldades.
Provas e testes são raros por lá. Ao final do ensino médio, os alunos passam pelo Exame Nacional de Matrícula, algo como o Enem da Finlândia. Só que, no caso do país escandinavo, as perguntas são dissertativas e multidisciplinares. Segundo Pasi Sahlberg, ex-diretor geral do Ministério da Educação da Finlândia, uma pergunta típica seria: “Em que sentido felicidade e bem-estar são conceitos éticos?”
“Os alunos são regularmente solicitados a mostrar sua capacidade de lidar com questões variadas, como política, violência, guerra, ética nos esportes, sexo, emprego, dieta e música popular. Muitas vezes, as tarefas exigem conhecimentos e habilidades multidisciplinares”, disse Sahlberg ao Washington Post.
Por lá, o modelo multidisciplinar de ensino faz parte de toda a trajetória do aluno. Em uma única aula, o estudante aprende uma variedade de habilidades e conhecimentos, discutindo temas abrangentes como União Europeia, mudanças climáticas e comunidade.
Sistema de educação optativo e personalizado
O sistema educacional da Finlândia foi organizado para que o aluno não se sinta obrigado a frequentar a escola. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), os alunos finlandeses são os que menos têm trabalho e lições em casa. Eles também passam pouco tempo dentro da sala de aula. Embora um período normal vá das 9h às 14h, há intervalos a cada 20 minutos, quando podem comer, sair da sala de aula ou simplesmente relaxar.
O modelo educativo finlandês não é dividido entre básico, fundamental e médio, como o brasileiro. Ao invés disso, segue uma estrutura obrigatória e única de nove anos, 190 dias por ano – abaixo dos 200 dias do ano letivo do Brasil.
As crianças só precisam começar a frequentar a escola a partir dos sete anos. Para os pais que querem começar mais cedo, o governo oferece um programa de “aprendizado por meio de brincadeiras”. Mas é preciso pagar uma taxa, baseada na sua renda mensal da família e no número de filhos.
Com 16 anos, um aluno finlandês pode escolher se quer ou não continuar estudando. Mesmo assim, 90% dos alunos avançam para o chamado Ensino Secundário. Os outros 10% podem voltar a estudar quando quiserem.
O Secundário dura três anos e prepara o aluno para o Exame Nacional de Matrícula, necessário para quem quiser fazer faculdade. Durante essa fase, o estudante tem liberdade de montar o seu currículo. Ao final desse percurso, pode fazer o exame.
Professores bem preparados
Não é nada fácil se tornar um professor na Finlândia. Apenas um em cada 10 estudantes que se inscrevem em programas de formação de professores é admitido, de acordo com o Centro de Avaliação da Educação Internacional (CIEB).
Todos os professores, sejam de educação básica ou superior, precisam ter mestrado. 80% dos profissionais que lecionam no nível básico complementam seus estudos continuamente. Isso só é possível graças a um salário médio anual de US$ 43 mil – no Brasil, a média é de US$ 13.971, de acordo com relatório da OCDE.
Embora tenha um dos sistemas educacionais mais avançados do mundo, a Finlância realiza reformas constantes – a mais recente foi em 2016. Segundo Kirsti Lonka, professora de psicologia educacional da Universidade Helsinki, o ensino precisa acompanhar um mundo em constante transformação. “No futuro, o aprendizado será feito por meio de projetos multidisciplinares, que terão como tema fenômenos complexos e servirão para desenvolver habilidades de resolução de problemas”, disse ao site Master Studies. Ela também acredita que as salas de aula vão se transformçar, com a integração de novas tecnologias.
Créditos da imagem: divulgação BBC
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